sábado, 16 de abril de 2011

O Invasor

 Por Pachá
Desde o primeiro contato com a narrativa de Marçal Aquino, em Cabeça a Prêmio, que tenho muita admiração pelo seu estilo literário. A exemplo de Graciliano, Aquino tem escrita simples, embora não muito linear, porém precisa, sem meandros ou floreios que fica ainda mais estilosa quando ele subverte a ordem cronológica dos acontecimentos de sua narrativa, creio esta ser sua marca. Em O invasor é perceptível, pois se trata de pequenas passagens, mas o efeito é o mesmo que se tem em cabeça a prêmio, onde longas passagens antecipam ou explicam pensamentos e fatos que em nenhum momento compromete o prazer da leitura. O invasor, livro, finalizado quase que ao mesmo tempo em que o roteiro do filme de mesmo nome, logo um é fiel ao outro. Ler o livro é como assistir ao filme e vice e versa.

A trama é um drama de dois empresários, sócios de uma construtora, que encurralados pelo terceiro sócio, este majoritário, tomam medidas drásticas para resolver problemas onde está em jogo; dinheiro, padrão de vida e poder. Os dois sócios contratam um matador para acabar com o sócio majoritário. A partir daí toda a trajetória desse fato, é vista e sentida pelo personagem Ivan que não vê com bons olhos tal plano, mas que ainda sim concorda com seu sócio, Alaor, em encomendar a morte do terceiro sócio, Estevão. Consumado o plano Ivan é sugado por um halo de culpa, desespero e paranoia e em uma medida desesperada tenta re-arrumar sua vida com ações tão desesperadas quanto as que o colocou em tal situação.
No universo de Aquino não há heróis ou vilões, há apenas as circunstâncias que cria tal dualidade, o resto é fruto da natureza humana impelida para seu melhor ou pior.
Essa nova versão de editora má companhia, além do formato de bolso tem visual gráfico que lembra os as publicações pulp.e o preço é bem convidativo, 19 dinheiros.

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