domingo, 29 de julho de 2012

13 Assassinos


Por Pachá
Filme é de 2010 mas só agora ganha as telas do circuito. Teve fulminante passagem em 2011 durante mostra Takashi Miike no CCBB, foi exibindo em única sessão (em horário de alcance para poucos) no espaço itau de cinema (antes unibanco arteplex). O cinema de Miike é visceral, sem pudor quando  assunto é violência, e em 13 assassinos há uma das, se não a mais bela, cena de luta com espadas do cinema, são mais de trinta minutos de golpes, cortes e sangue tudo captado com maestria.

Miike faz um recorte histórico do Japão onde predominava sistema econômico semelhante ao feudalismo, no qual o poder era centralizado na figura do xogum, este um líder militar que se interpunha entre o imperador e os grandes proprietários de terras (daimio). No século XIX no qual é situada a historia, havia cerca de 270 feudos (han) no Japão. Não era nada incomum esses xoguns se transformarem em ensandecidos tiranos, impondo as aldeias e camponeses duras penas, através dos séquito de samurais, prontos a seguir sem questionar as ordens de seu senhor e  defender com a própria vida, a vida de seu senhor.

O clã Akashi tem um novo xogum na figura do jovem Naritsugu (Goro Inagaki) que logo se mostra um sádico governante, impondo medo e ódio ao campesinato. Para frear impeto de sangue e poder do jovem xogum, um experiente samurai Shizaemon (Koji Yakusho) reúne outros ronins e samurais para tirar a vida do tirano. E nesse recrutamento Miike vai nos mergulhando no código dos samurai e dos que escolhem viver da espada. O filme agrada não só pela exótica cultura oriental, os dojos de pratica do kendo, das gueixas, os rituais de haraquiri, Alias a abertura do filme é forte quando vemos um samurai trilhando o caminho do haraquiri. Outro fato que dá grande brilho ao filme é a fotografia bem cuidada nos apurados movimentos de câmera, este um ponto forte do diretor que explora a exaustão os movimento que melhor captem a profundidade das cenas, dando grande carga dramática.


Mas o que salta aos olhos é a batalha no pequeno vilarejo, no qual os 13 samurais emboscam o xogum e seu exército de novatos samurais comandado pelo experiente Hanbei (Masachika Ichimura) que foi colega de Shizaemon. Na rivalidade entre os dois experientes samurais Miike ancora o fio condutor do drama, uma vez que imbuídos de código e valores há o questionamento de até que ponto um samurai deve seguir o seu senhor sem quebrar seus votos de fidelidade. 
No contexto histórico o recorte de Miike também é pertinente, uma vez que nesse período havia grande descontentamento dos samurais empobrecidos pelo fim das guerras entre os daimios e pela forte pressão dos intelectuais com idéias ocidentalizadas que aliada a sublevação agrárias culminou na revolução Meiji em 1868, que provocou profundas mudanças no pais.

Miike é um diretor que consegue transitar por vários gêneros com bastante propriedade, basta ver audition um filme de terror ou mesmo a comédia sukiyaki western django

4 comentários:

  1. Vi esse filme e a batalha é surreal, de tirar o folego. Parabens pela resenha.

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  2. Salve.
    Capturei a resenha e editei feito um ninja com a faca ginsu

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