quarta-feira, 25 de julho de 2012

Morgue Story, Sangue, Baiacu e quadrinhos


Por Pachá
Idealizado e realizado inicialmente como projeto teatral para homenagear os filmes trash, Morgue Story sangue baiacu e quadrinhos não esconde as referencias da cultura pop oitentista, o próprio visual do filme remete a essa época, basta reparar no gravador de fita do Dr. Torres (Leandro Daniel Colombo), no terninho mod do protagonista Tom (Anderson Faganello), mas isso é apenas alguns dos pontos fortes do filme. O roteiro é bem entrelaçado e ágil com diálogos enxutos bem ao estilo do teatro. O diretor Paulo Biscaia nos extras do DVD diz que julgava inviável levar para as telas a peça, esta um sucesso de critica e publico, mas muda de opinião e encara o desafio e o resultado é o melhor possível em um filme gracioso tanto do ponto de vista visual como em estrutura narrativa.


Morgue story é um filme de comédia com nuances de terror e conta a historia da quadrinista Ana Argento (Mariana Zanette) que ficou conhecida no meio por ter criado o personagem de HQ, zumbi caolho. Argento, certamente uma homenagem a um dos pais do giallo Dario Argento, tenta afogar os desencontro amoroso em um bar, e como interlocutor escolhe o barman para sua raivosa historia de amor nada romântica, e desse ponto o filme se transforma num grande flash back em estrutura narrativa complexa, dado que os personagens são apresentados dentro dessa regressão da protagonista, que se encontram direta ou indiretamente no desenrolar da trama. O que mostra grande intimidade de Paulo Biscaia como diretor, já que este é seu primeiro longa. O filme é repleto de personagens freak, um médico necrófilo, um vendedor de seguros cataléptico, uma heroína indie alternativa que não gosta de metal melódico, um barman com ares de psicólogo, um psiquiatra com ares de advogado e uma penca de figurantes em situações tragicômicas, mas todos em menor ou maior grau de importância com interpretações pra lá de corretas, que não esconde a veia teatral, o que vale para a estrutura da historia onde se percebe a pegada teatral da direção. No making off do DVD que por sinal já vale os 19,90 dinheiros da compra, dá uma boa dimensão da estética que o diretor empregou ao filme. Consultando filmografia de Biscaia é possível perceber também que o sujeito tem grande admiração pelos contos de Allan Poe. No mais é esperar a chegada de Nervo Craniano Zero, seu segundo longa, as telas. 



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