sábado, 12 de outubro de 2013

Civilização do Espetáculo

Por Pachá
A tese de Llosa tem como premissa a perda de parâmetros estéticos para qualificar o que é bom e ruim numa sociedade orientada para o consumo. De acordo com Llosa tais indagações, outrora debatidos no campo de intelectuais, estudiosos e políticos agora fica a cargo dos escritórios de marketing e propaganda. Tudo vira espetáculo (show business) quando em jogo está perpetuação de capital, maximização de lucros. Sexo, politica, religião e arte são sumariamente banalizados no exercício de mercantilização. Tudo é arte e nada é arte. O sexo vira mera ginástica quando destituído da função amenizadora da solidão. A politica sofre inversão de valores quando nela esta metido indivíduos imbuídos na defesa de interesse da minoria e/ou de corporações. A religião perde seu papel de alivio de infortúnios e angustias quando a felicidade está apoiada em bens materiais e finitos. 
O bem estar apoiado na posse e ostentação que possa criar imagem e personificação do bom, do vencedor. A qualidade é figurativa em um mundo onde tudo vira distração, entretenimento. Onde as pessoas viram as costas para realidade e os problemas que os cercam e a sociedade em que estão imergidos. 

Llosa não poupa os pensadores contemporâneos. E critica os intelectuais dessa civilização, que abandonaram sua posição de formadores de pensamentos e senso critico como o faziam ao longo do século XX quando a cultura tinha o poder de orientar as pessoas e sociedades a não só entender a realidade mais a molda-la. Llosa que foi agraciado com Nobel de literatura em 2010 faz interessante comparação entre presente e passado para dar lastro a sua tese.

Livro essencial para entender o mundo atual, ou se não despertar interesse em entende-lo.


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